Manuel Simões nasceu no dia 20 de agosto de 1860, em São Frutuoso, freguesia de Ceira, concelho de Coimbra. Foi casado e pai de oito filhos.

Foi mestre de alfaiataria e proprietário agrícola. Ao longo da sua vida escreveu vários poemas e ensinamentos que agora reunimos nesta obra. Faleceu no dia 23 de junho de 1940, vítima de acidente vascular cerebral.

O poeta humorista, pensador e educador de consciências não viu a obra publicada em vida. Detentoras do seu espólio literário, há mais de duas décadas, urge reuni-lo fielmente em livro e publicá-lo.

Manuel Simões e a sua esposa, a dona Teresa de Jesus, que veio a falecer de uma tuberculose intestinal. Nesta fotografia já demonstra os sinais da doença.

Ó cínica irrisão, figura manipulante,

Mil vezes criminosa, infame e sem pudor

No peito tens gravado o anátema infamante.

Lançando à podridão do charco a branca flor!

A tua história é um preito de bando de ladrões,

Que assalta à luz do dia os redutos do Estado,

Vens curvar-te a seus pés, impões-te às multidões,

Pra lhes esmagares no peito o gesto revoltado.

Manuel Simões, excerto do poema "A Lei"

A sua obra carece de um estudo detalhado, no entanto podemos afirmar que o poeta se enquadra nas correntes finisseculares, sintonizadas com o espiritismo, como aconteceu a Roberto de Mesquita.

Pelos vetores temáticos diversificados, e pela longa vida que teve, Manuel Simões insere-se no Neorromantismo português, ao lado de Teixeira de Pascoaes, João de Barros, Jaime Cortesão, João de Deus, Mário Beirão, Afonso Duarte, Augusto Casimiro, entre muitos outros escritores, muitos deles republicanos e mações.

Coordenadora da obra:

Anabela França Pais